Quando se trata de ambientes totalmente fechados, como uma masmorra, o mestre usar monstros mortos-vivos faz sentido, já que a maioria das outras criaturas morreriam de fome muito antes que os aventureiros entrassem ali para procurar por tesouros. Mas é só isso?
Compreendendo o Local
Os monstros escolhidos para povoar uma masmorra tem que fazer sentido com base na localização da masmorra. Se a masmorra estava selada a anos, não dá para simplesmente escolher um monte de mosntros randômicos em uma tabela para povar as salas e criar os encontros. Por isso muitas vezes, usar mortos-vivos é mais fácil. Eles não comem e não respiram, então podem estar em qualquer lugar, mas nisso não faz deles a única escolha possível.
Construtos
Golens, gárgulas e estáturas animadas. Em muitos casos um construto é feito para desempenhar uma função específica. Essas funções podem tanto ser perigosas, repetitivas ou entendiantes demais para o criador. Ser criado para ser o guardião de uma tumba certamente cai nas categoria de tarefa perigosoa e entendiante simultaneamente. Construtos sem inteligência vão apenas desempenhar as tarefas para as quais eles foram designados sem questionar, mas um constuto com inteligência talvez tenha um propósito maior do que guardar uma masmorra. É importante que o mestre determina o por quê o construto está guardando a masmorra. Estaria ele atrelado a algum juramento de lealdade ou encantamento? Ele está preso aqui e incapaz de sair por seus próprios meios? Talvez alguém não conseguiu destruí-lo e o selou dentro da masmorra, deixando para que aqueles que invadissem o local tivessem que lidar com ele.
Criaturas Extraplanar
Se tratando especificamente de demonios e diabos. Embora eles precisem se alimentar, podem passar longos períodos sem comer. Como normalmente elas não são criaturas nativas , é sempre preciso de uma boa razão para elas estarem ali dentro da masmorra. Talvez um mago louco tenha invocado alguns deles, prendendo-os em alguma sala especifica? O que esses seres precisam para se libertar? Conhecer e compreender as motivações do monstro sempre ajuda quando é preciso pensar em estratégias e tatícas para usá-los em combate.
Elementais
São uma excelente escolha para preencher um ambiente totalmente isolado. Eles não comem, não respiram e não envelhecem. Com exceção de Elementais do fogo, os da terra, ar e água podem se disfarçar facilmente dentro masmorra sem chamar atenção dos jogadores. Eles também não tem a inteligência necessária para usar os itens mágicos que existem em um tesouro, sendo criatura de puro instinto.
Um ambiente nem tão isolado assim
Mesmo com as sugestões apresentadas acima, existem outras forma de se povoar uma masmorra que esteja selada. Você sempre pode trapacear um pouquinho e colocar monstros que fogem um pouco do que foi descrito assim, como uma forma de surpreender os seus jogadores com adversários diferentes.
É sempre possível que exista uma rachadura, ou túnel ou buraco em algum lugar da masmorra, por onde diferentes tipos de monstro podem entrar. Isso não abre possibilidades para centenas de monstros, mas vai dar um toque diferente e o mais importante, algo que pode pegar seus jogadores com a guarda-baixa.
Ameaças gosmentas
Partindo do ponto que existem rachaduras e infiltrações, isso abre uma possibilidade para criaturas amorfas. Oozes, cubos gelationoso, geléia ocre rondando por aí são sempre uma boa pedida. Existe também uma variedade de fungos que podem representar uma desafio para aventureiros que não esteja preparados para lidar com suas características peculiares.
Teleportadores
Criaturas que podem usar habilidades de teleporte podem entrar e sair de uma masmorra, mesmo que ela esteja selada. Um bando de criaturas feéricas, com os eladrin, pode usar algumas das salas da masmorra como quartel general, mas são incapazes de acessar áreas mais profundas da masmorra devido a limitações mágicas.
Portais Mágicos
Esses são a solução mais preguiçosa, mas ainda assim podem dar o toque especial em uma masmorra que estava selada nos últimos anos ou séculos. O mais interessante é que ela funciona em duas mãos, tanto para ir como para vir e talvez a forma mais cruel que um mestre pode utilizar portais mágicos e usando-os como armadilhas. Imagine uma sala que teleporta o grupo aleatoriamente para outras salas, ou teleporta para o covil de um observador que aguarda ansiosamente por sua próxima vitima.
Rios Caudalosos, Lagos Sinistros
Rios subterrâneos e lagos profundos são também boas pedidas para justificar o aparecimento de monstros que parecem não condizer com o resto do ecosistema da masmorra. Lembre do Vigia em Moria. Uma masmorra povoada por orcs e trolls e de repente aparece uma criatura que parece saída de uma história de HP Lovecraft.
Como no exemplo das criaturas feéricas citadas aí em cima, uma criatura anfíbio ou aquática pode estar restrita apenas a alguns setores da masmorra que habitam.
Abrace e aceite o incomum
Na próxima vez que estiver criando uma masmorra, tumba ou outro ambiente completamente isolado para seus personagens jogadores explorarem não vá na escolha mais fácil que são os esqueletos, zumbins e afins... Você pode se apoiar em um dos exemplos citados aqui para criar uma masmorra mais diversa e ainda assim crível.
E não estamos dizendo para abandonar os mortos-vivos para sempre. Uma batalha contra esqueletos que voltam a vida ou uma hora de zumbis é sempre divertido e dá a chance para aquele personagem clérigo brilhar , as vezes, literalmente.
Por isso, mantenha em mente alternativas divertidas e variadas e você vai ver como povoar uma masmorra fica mais divertido, para você e para os seus jogadores, que não vão enfrentar um culto maligno de necromantes e mortos-vivos pela quinta vez esse mês.
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